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Foto do escritorTâmara Rolim

como o estresse pode mexer com seu intestino

Atualizado: 1 de fev. de 2020

Em tempos de estresse, muitas pessoas se queixam de tensão muscular, dificuldade de raciocínio, pensamentos acelerados, aperto no peito e algumas podem sofrer alterações digestivas e nem imaginam que essas alterações podem ter relação com o estresse.

Quando você se depara com o estresse, os hormônios se preparam para uma situação de “briga” ou “fuga” e uma das maneiras que seu corpo diz se você está pronto para isso é através da indução de desejos para ajudar a sustentá-la. Essa reação é acionada pelo cérebro e faz com que a glândula pituitária (a glândula principal de todo o sistema endócrino) envie recados químicos à glândula adrenal para secretar adrenalina e outros hormônios relativos ao estresse. Ele também provoca uma descarga na corrente sanguínea de substancias tóxicas que nos deixam cansados, irascíveis e com raiva. É capaz, ainda, de esgotar as vitaminas, os sais minerais e outros nutrientes, degradar o funcionamento do aparelho digestivo e tornar mais lento o metabolismo, o que leva ao aumento de peso.


A reação de briga ou fuga surge para nos ajudar a lidar com o perigo. Os músculos, o coração, os pulmões e o cérebro recebem o combustível prioritário e todos os outros sistemas do corpo são subjugados. O ritmo do coração se acelera, os músculos recebem quantidades maiores de oxigênio e glicose, e percebe-se uma aceleração da respiração e o suor surge para reduzir a temperatura do corpo. O açúcar do corpo também sobe quando o fígado despeja na corrente sanguínea a glicose armazenada e a glândula adrenal despeja os hormônios do estresse, como a adrenalina, para manter em ação, a reação de briga ou fuga.

Acontecem todas essas reações, e muitas outras, algumas em uma curta fração de segundo. Todas servem a um objetivo: prepará-lo para ação imediata ou para aguçar as reações em caso de crise: por exemplo, a reação rápida de segurar o filho no momento em que ele tentar correr para uma rua movimentada. Quando acaba o perigo, os componentes bioquímicos do estresse já foram consumidos conforme se pretendia e o corpo se adapta a tensão e ao equilíbrio normais. Ninguém se machucou. Mas para a maioria de nós, o estresse que encontramos no dia-a-dia não tem relação com o perigo. Em vez disso, geralmente ocorrem por noites na frente de uma tela de computador, ou por insônia ocasiona por problemas pessoais ou por trabalhos e prazos a cumprir. E como temos uma energia extra despejada em nossa corrente sanguínea em forma de glicose para suprirmos o gasto calórico relacionado as reações de “briga e fuga” e sabemos que depois de um pico de glicose vem o desejo de comer algo para suprir esse gasto, descontamos nas guloseimas que mais rapidamente farão a reposição da nossa energia e esse desejo súbito tem endereço certo na nossa camada de gordura e prejuízos ao nosso sistema digestório.

Como sabemos, o cérebro e o intestino se comunicam diretamente. Dessa forma, essas emoções que sentimos num momento de estresse, desencadeiam uma série de reações no nosso corpo afetando também a função intestinal e vice-versa. Assim, o estresse pode causar estragos no seu intestino, e sua saúde intestinal pode afetar os níveis de estresse. A conexão entre o estresse e o intestino é profunda. Pode se tornar um ciclo vicioso no qual angústia ou ansiedade podem desencadear uma resposta imunológica e enviar sinais para romper o revestimento intestinal, permitindo maior passagem de substâncias. Um intestino desequilibrado ou danificado pode gerar uma resposta crônica ao estresse. Então o próprio estresse estimula uma série de respostas, que trarão mais danos ao intestino. Virando um ciclo interminável. Por isso é tão importante cuidar da saúde intestinal, mesmo quando não há estresse emocional. Imagine um quadro de intolerância à lactose não tratado, causando um grande desequilíbrio em todo o sistema. Quando a barreira intestinal é comprometida, ela permite que grandes compostos entrem na corrente sanguínea, criando uma resposta inflamatória hiperativa.


Para entender a relação entre o estresse e o intestino, precisamos avaliar dois valores laboratoriais importantes: IgA secretora e lipopolissacarídeo (LPS). Quando esses marcadores são elevados, normalmente significa a presença de uma infecção ou um estado de disbiose intestinal. Eles ativam o sistema imunológico e, no caso do LPS, aumentam a permeabilidade intestinal na tentativa de "lidar" com esse desequilíbrio que o próprio intestino não consegue eliminar. No entanto, eles também podem ser elevados por um estado de estresse mental e emocional. Estudos demonstraram que a ansiedade social sozinha pode causar elevações tanto na IgA secretora quanto no LPS, o que significa que o estresse crônico causa permeabilidade intestinal, podendo levar a quadros de urgência em defecar ou diarreia. E danos à membrana mucosa ao longo do tempo.


Além disso, quando o corpo está estressado, ele tende a utilizar o aminoácido glutamina a uma taxa mais rápida. Isso pode ser devido ao fato de que a glutamina é usada para produzir GABA, um neurotransmissor que inibe o estresse. O que é ótimo para manipular o estresse, mas a glutamina também é uma fonte de combustível e um elemento essencial para as células intestinais, o que significa que a depleção da glutamina para combater o estresse causa ainda mais danos ao intestino.


Com base no equilíbrio das bactérias intestinais, o intestino produzirá neurotransmissores inibitórios ou neurotransmissores de "estresse" excitatórios. A disbiose, ou desequilíbrio bacteriano, pode sinalizar o intestino para disparar mais adrenalina, levando ao estresse crônico. Pesquisas também demonstraram que o estresse mental pode gerar esterilidade no microbioma. Isso pode levar a mais oportunidades para os patógenos crescerem demais, gerando ainda mais desequilíbrios intestinais e respostas ao estresse.


Vemos então, uma co-relação entre estresse e problemas intestinais. Podemos inclusive, afirmar que alergias, doenças auto-imunes ou do trato digestório e intolerâncias alimentares que afetam o trato gastro-intestinal podem levar ao quadro de ansiedade e estresse emocional, não só pelo fato de o indivíduo ter que lidar com a doença e seus sintomas, mas também pelas reações químicas que acontecem em um intestino mais permeável.


A melhor maneira de lidar com a conexão entre estresse e intestino, é reduzir proativamente a inflamação na dieta, apoiar a saúde intestinal e reparar o intestino permeável, fornecer fontes ricas de nutrientes que sustentam o intestino e trabalhar para apoiar o equilíbrio do microbiota.


Evite os alimentos inflamatórios.

Comece com uma dieta anti-inflamatória que remove os principais irritantes: milho, soja, glúten, laticínios e açúcar. É importante fazer todo esse processo aliado ao acompanhamento de um profissional de saúde.

Descanse seu intestino.

Como já sabemos, quando você está em um estado de estresse, seu corpo funciona na resposta de brigar ou fugir, em vez de descansar e digerir. Além das influências já abordadas, isso pode significar que menos enzimas digestivas são produzidas, deixando o intestino propenso a grandes impactos de partículas, bem como a permeabilidade intestinal. Procure um profissional que possa fazer uma suplementação com enzimas digestivas durante períodos de estresse ou ansiedade.


Incorpore mais alimentos terapêuticos.

Concentre-se em curar o revestimento do intestino adicionando alimentos terapêuticos para apoiar a absorção de nutrientes e reduzir as reações inflamatórias. Alimento pré-bióticos e probióticos são excelentes reparadores do intestino. Além da suplementação de glutamina e colágeno. Portanto, procure um profissional que possa lhe ajudar.


Para outras orientações nutricionais e elaboração de um plano alimentar individualizado de acordo com as suas necessidades, marque a sua consulta: 61 9 98220051 ou contato@nutrichefbrasilia.com.br

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